48 horas na… Islândia
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Este país nórdico é famoso pelas suas espetaculares paisagens naturais, grandes cascatas e vulcões ativos, mas Reykjavik, também é conhecida pela vida noturna.
Publicado em 13-Out-2023
Em primeiro lugar é preciso decidir em que época prefere visitar a Islândia. Se durante o verão, quando o sol brilha e os dias são intermináveis. Ou durante o inverno, quando apesar das noites muito longas, é possível observar as auroras boreais, o sonho de qualquer pessoa que visita a Islândia. Ambos têm vantagens e desvantagens, que deixamos à consideração de cada um, mas no outono o frio e a noite ainda não se instalaram completamente e já é bem possível que consiga observar as luzes do norte no céu. Fica a ideia…
Com mais ou menos luz e mais ou menos frio e neve, o certo é que ao percorrer a paisagem única da Islândia, vai ficar cativado pela natureza selvagem e primitiva do país. E se ler um pouco sobre as lendas e tradições locais, também vai conseguir ver as formações rochosas vulcânicas a ganhar vida com trolls e elfos invisíveis aos olhares dos mais céticos.
O que fazer
Dia 1
Ao chegar, sugerimos que alugue um carro logo no aeroporto de Keflavik. Reykjavik ou Reiquiavique, em português, fica apenas a 45 minutos de distância, e no caminho irá encontrar a Lagoa Azul . Dependendo da hora de chegada sugerimos que faça este pequeno desvio de 22 km. Esta primeira paragem poderá ser uma ótima forma para recuperar da viagem e começar em grande as suas 48 horas na Islândia.
Na Lagoa Azul, poderá relaxar nas águas quentes, com temperaturas em redor dos 38ºC, que convidam a banhos num cenário único onde o azul das águas contrasta com os campos de lava. Além de relaxar, vai esquecer o frio e usufruir ao máximo dos minerais e máscaras de argila que tratam a pele com magia sobrenatural da Islândia. As entradas têm preços a partir de 60 euros por pessoa, mas a experiência vale o dinheiro. Só não se esqueça de fazer previamente as reservas.
Já na capital, antes ou depois do check-in no hotel, são várias as hipóteses de passeios. Para quem quer saber mais sobre a história e herança cultural da Islândia, uma visita ao Museu da Cidade de Reykjavik é imprescindível. Composto por cinco museus interligados, inclui uma exposição permanente dedicada aos vikings, um Museu Marítimo, um Museu ao Ar Livre, o Árbær, que recria a arquitetura e o estilo de vida do passado em Reykjavík. Por último, o Museu da Fotografia e a Ilha Viðey – que, à distância de uma curta viagem de ferry, oferece uma combinação de vistas deslumbrantes, ruínas históricas e peças de arte contemporânea.
Outra boa opção será visitar o Museu de Arte de Reykjavik, também situado em 3 locais diferentes – Hafnarhús, Kjarvalsstaðir and Ásmundarsafn – sempre com uma programação cultural muito interessante e diversificada.
Outra das atrações da cidade é a impressionante igreja de Hallgrímur, uma ode ao modernismo que é um dos monumentos mais visitados e permite subir de elevador até à torre de onde se avista toda a cidade. Depois é aproveitar para passear na Laugavegur, uma rua e zona pedonal com diversas lojas e cafés, e que também é o ponto de encontro dos islandeses, que fazerem a ronda pelos bares mais populares da capital islandesa, conhecida pela sua animada vida noturna.
Uma curiosidade – não muito longe da Laugavegur, é possível visitar a famosa Casa Hofdi, onde Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev realizaram a Cimeira de Reykjavik em 1986, colocando um ponto final na Guerra Fria. Até pode sentar-se nas mesmas cadeiras onde estiveram os chefes de estado.
Dia 2
Acorde bem cedo e faça-se à estrada. A Islândia tem inúmeras paisagens mágicas – caso do Parque Nacional Vatnajökull, que inclui o maior glaciar da Europa, Vatnajökull, cobrindo 13% do país, mas tratando-se de uma viagem de curta duração, há que fazer escolhas, pois o tempo não dá para tudo. Por isso, sugerimos que se mantenha pela zona sul da ilha, cingindo-se à rota cénica conhecida como o “Círculo Dourado”, que inclui três das grandes atrações do país: o Parque Nacional Thingvellir, o géiser Strokkur e a queda de água Gullfoss.
A apenas 45 minutos de Reiquiavique, comece o dia no Parque Nacional Thingvellir (Þingvellir em islandês) . Nenhum lugar resume melhor a história desta nação do que Þingvellir, às margens do rio Öxará. Desde a época de colonização, em 930 dC, até 1789, o parlamento islandês Alþingi reuniu-se aqui, em Þingvellir – que significa literalmente “Planícies da Assembleia” – e, em 17 de junho de 1944, a Islândia proclamou a sua independência da Dinamarca precisamente neste local significativo.
Além disso, neste local que é um importante santuário natural, Património Mundial da UNESCO, é bem evidente a grande fissura geológica que atravessa todo o país, nos limites da placa tectônica da Dorsal Meso-Atlântica. Os mais corajosos podem mesmo mergulhar tanto no desfiladeiro de Almannagjá como em Silfra e fazer snorkel entre os continentes.
Paragem seguinte (a 60 km de distância): o géiser Strokkur que entra em atividade a cada 8 a 10 minutos, atingindo uma altura que ultrapassa muitas vezes os 40 metros. Mais vinte quilómetros e chega à Gullfoss, uma fotogénica queda de água com 70 metros de largura e uma altura de 32 metros, alimentada pelas águas do degelo provenientes do glaciar Langjökull. É verdadeiramente impressionante porque os acessos pedonais oferecem a possibilidade de chegar muito perto das quedas de água e admirar toda a força da natureza. Durante o verão, a Gullfoss recebe em média mais de 2.000 pessoas por dia, mas no Inverno as plataformas de observação mais baixas às vezes ficam interditas devido ao gelo e à neve. Verifique o mapa de estradas e condições.
Da parte da tarde, poderá conduzir até Vik, a localidade mais a sul da Islândia com lindíssimas praias de areia negra e formações rochosas de basalto, parando para admirar a cascata de Seljalandsfoss pelo caminho. Com uma queda de 60 metros de altura, a água cai numa piscina natural envolta, nos meses de verão, por uma paisagem um verde luxuriante quase impossível, o que torna o cenário absolutamente espetacular. Surpresa, é possível caminhar por trás da queda de água… Mesmo no verão, é importante escolher bem o vestuário e o calçado, pois a possibilidade de ficar molhado é sempre muito elevada.
Caso o horário do voo no dia seguinte o permita, sugerimos que fique a dormir em Vík, povoação com pouco mais de três centenas de habitantes, pois é um ótimo ponto para observar uma aurora boreal (caso esteja a viajar entre os meses de outubro e março). A sorte poderá estar do seu lado.
Onde ficar
De alojamentos rurais confortáveis a hotéis sofisticados, são várias as hipóteses de alojamento. Na capital, sugerimos o novo Reykjavik Edition, membro da cobiçada marca de hotéis Edition projetada por Ian Schrager em parceria com o grupo Marriott.
Outra boa escolha para quem não tem problemas de orçamento é o Retreat at the Blue Lagoon, construído no meio da paisagem vulcânica negra coberta de musgo. Muitas das suas 62 suítes oferecem acesso direto à água, e tem um spa subterrâneo.
Em Vík, o Hótel Kría ou o Black Beach Suites são boas opções. Já o ION Adventure Hotel continua a ser um dos hotéis mais populares do país. Situado dentro do Parque Nacional Thingvellir, tem uma arquitetura e design sofisticados e como ponto alto o Northern Lights Bar que, elevado sobre o campo de lava, é um spot magnífico para observar as famosas auroras boreais.
Onde comer
Bæjarins beztu pylsur, que se traduz como “o melhor cachorro-quente da cidade”, é uma barraca simples no centro de Reykjavík, cuja popularidade ao longo das décadas lhe conferiu uma espécie de status de culto.
O Fiskmarkaðurinn (The Fish Market), da chef Hrefna Rósa Sætran, que serve não apenas peixes e mariscos, mas também pratos de carne e vegetarianos e o Grillmarkaðurinn (Grill Market), conhecido por trabalhar com agricultores e fornecedores locais, são duas boas opções para jantares mais fine-dining,
Durante o passeio no Golden Circle, o restaurante do albergue Héraðsskólinn, em Laugarvatn, a meio caminho entre o Parque Nacional Þingvellir e o Geysir, é uma boa opção, servindo uma ementa variada que inclui pratos tipicamente locais de truta a rena.
Por C-Studio / Cofina Media