Futuro do imobiliário é verde Futuro do imobiliário é verde

Futuro do imobiliário é verde

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Se pensa comprar casa, não basta ponderar as taxas de juro ou a localização. O grau de sustentabilidade dos edifícios é cada vez decisivo para determinar se vai fazer um bom investimento.


Publicado em 01-Jun-2018

A sustentabilidade é uma das questões mais urgentes da actualidade. Um tema que se estende a todas as áreas da nossa vida, inclusive à casa onde vivemos. Até porque já não é novidade para ninguém que a construção consome cerca de 40% da energia utilizada na maioria dos países e é responsável por 25% das emissões de gases de efeito estufa na Europa, associadas essencialmente a consumos energéticos, aquecimento de água e produção de resíduos.

A necessidade de construir com sustentabilidade tendo em vista a utilização eficiente dos recursos está na ordem do dia. Projectos como o de Paris Smart City 2050, do belga Vincent Callebaut, com várias propostas para unificar novas tecnologias e natureza, estão cada vez mais no nosso horizonte. À medida que o custo de vida aumenta e a sociedade se torna mais consciente a nível ambiental, as casas verdes vão ser mais procuradas. Proporcionam maior durabilidade, economia de energia e de água. Assumem-se como um investimento inteligente e por isso, a acompanhar esta tendência, várias agências imobiliárias a nível mundial já possuem departamentos especializados no mercado green.

Revolução sustentável

A União Europeia introduziu o conceito de green value no ciclo de vida de um edifício e é provável que num futuro não muito distante todos os edifícios sejam submetidos a classificações de sustentabilidade que vão muito além dos actuais certificados energéticos. Estas directrizes não vão afectar apenas os edifícios em construção. As estruturas existentes também terão de ser renovadas para melhorar o desempenho, investimentos que vão afectar o valor de mercado das casas onde vivemos. A busca dessa eficiência energética nem sempre terá de passar pela realização de obras ou pela compra de aparelhos caros e muito trabalho extra. No imediato, todos podemos viver em casas mais eficientes e amigas do ambiente com alguns ajustes simples, o que pode significar economizar dinheiro. Basta fazer oito pequenas alterações nos seus hábitos quotidianos:

  1. Opte por lâmpadas de baixo consumo: sempre que precise de iluminação artificial prefira a localizada (apenas onde é necessária), e utilize lâmpadas LED, cada vez mais baratas.
  2. Compre electrodomésticos de classe A++ ou A+++: são mais eficientes no que respeita ao consumo de energia e não são necessariamente mais caros.
  3. Substitua os chuveiros: a maneira mais simples, mais barata e mais rápida de economizar água é trocar a cabeça normal do chuveiro por uma de baixo fluxo ou que permita a regulação do fluxo de água, o que pode significar poupar até metade do consumo de água. Tome banhos mais rápidos e desligue as torneiras enquanto se lava.
  4. Evite usar ar condicionado e aquecimentos: invista num bom isolamento. As caixilharias com corte térmico (fabricadas para promover uma redução da transmissão térmica entre 40% a 60%) e os vidros duplos são os mais indicados do ponto de vista de conservação de energia. Tire partido do sol, escolhendo uma casa maioritariamente virada a sul. No Verão, use protecções como persianas ou toldos. Assim economiza energia, poupa recursos e dinheiro. O planeta agradece.
  5. Atualize o autoclismo: os sistemas mais antigos podem usar entre nove e 12 litros de água por descarga, enquanto os mais recentes utilizam cerca de seis litros. O ideal é um autoclismo com descarga dupla, que fornece um botão para uma descarga longa e um botão para um fluxo curto, poupando grande quantidade de água. Em alternativa, coloque dentro do depósito uma garrafa de plástico de 1,5 litros, o que permitirá poupar água do autoclismo precisamente em cerca de 1,5 litros por descarga.
  6. Recicle as águas cinzentas: a água cinzenta é qualquer água residual, não-industrial, originada a partir de processos domésticos como lavar louça, roupa e tomar banho e que pode ser utilizada para lavar a área exterior da casa, um carro ou descargas sanitárias.
  7. Se possível, instale equipamentos que promovem o consumo de energia renovável: poderá investir em painéis solares térmicos, que captam a energia do Sol e a transformam em calor; em painéis solares fotovoltaicos, que convertem a energia contida na luz do Sol em energia eléctrica; em bombas de calor geotérmicas, que aproveitam o calor do interior da Terra para o aquecimento do ambiente; em miniturbinas eólicas, que fornecem electricidade a uma microescala; ou ainda em sistemas de aquecimento a biomassa. É tudo uma questão de investigar qual a melhor solução para si.
  8. As plantas são suas amigas: além de servirem como elemento decorativo, são filtros energéticos e também melhoram a qualidade do ar. Mais, ter plantas a crescer nas paredes e no tecto tem vários efeitos benéficos, pois contribuem para melhorar o isolamento do edifício, evitando a poluição sonora, e absorvendo o dióxido de carbono.