Fintech em Portugal em 2025: IA, Open Banking e regulamentação Fintech em Portugal em 2025: IA, Open Banking e regulamentação

Fintech em Portugal em 2025: IA, Open Banking e regulamentação

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Publicado em 07-Out-2025

A crescente digitalização da sociedade tem levado ao nascimento de novas áreas de negócio e à introdução de todo um novo léxico no nosso dia a dia, como é o caso do termo “Fintech”.

Fintech ou finance technology (tecnologia financeira, em Português) é uma dessas áreas e expressões e diz respeito a empresas que combinam a oferta de serviços financeiros com tecnologia.

Do surgimento de bancos digitais às soluções de pagamentos instantâneos e plataformas de investimento automatizadas, as fintech estão a redefinir a forma como lidamos com o dinheiro.

Este movimento tem vindo a transformar não só os hábitos dos consumidores, mas também o próprio ecossistema financeiro nacional, impulsionando a concorrência e a modernização do setor.

O panorama atual das fintech em Portugal

Apesar de alguma retração no investimento em start-ups de fintech a nível mundial, Portugal, em claro contraciclo, está a crescer neste domínio, especialmente na área dos pagamentos.

Com mais de 65 mil profissionais (com especial concentração em Braga, Porto e Lisboa), o setor das fintech tem ganhado espaço no tecido económico português, graças, em grande medida, a cinco fatores:

  1. Regulação amiga da inovação;
  2. Mão de obra qualificada;
  3. Apoio governamental;
  4. Crescimento dos pagamentos digitais e do Open Banking;
  5. Atração de investimento estrangeiro.

No caso da regulação, é importante sublinhar o papel do Banco de Portugal, entidade responsável pela regulação do mercado financeiro português, na criação de novas diretrizes em relação a tecnologias financeiras emergentes, como é o caso dos criptoativos, da blockchain e da inteligência artificial (IA) aplicada às finanças.

A isto juntam-se mudanças no ordenamento jurídico relativo à criação de empresas e à aceleração dos processos de aprovação de novas tecnologias financeiras, como é o caso, por exemplo, dos pagamentos imediatos SPIN.

Se, em relação à mão de obra qualificada, pouco há a acrescentar (dado tratar-se de um dado bem conhecido não só dos portugueses, como também do mercado estrangeiro), no que toca aos apoios governamentais, é bom realçar o papel de programas como o Portugal Digital, do Startup Visa, do Tech Visa, do PRR e do Portugal 2030 no apoio financeiro e logístico à criação de fintechs e contratação de profissionais estrangeiros altamente qualificados.

Definir o panorama atual das fintech em Portugal passa, igualmente, por dizermos que, graças a parcerias como a da Parcela Já com a UNICRE, a utilização de pagamentos móveis passou de 42% em 2020 para 81% em 2025, 90% dos bancos (incluindo o pioneiro UNIBANCO) permitem uma contratação totalmente digital dos seus produtos e a abertura de contas através de apps móveis cresceu 35%.

À democratização dos pagamentos digitais temos, ainda, de acrescentar a questão do Open Banking, que, desde a introdução da diretiva europeia PSD2, viu nascer aplicações financeiras que oferecem uma melhor experiência de utilização e umas maiores segurança e flexibilidade aos consumidores e às pequenas empresas.

Por último, todo este ecossistema amigo das fintechs tem ajudado as empresas ligadas às tecnologias financeiras a cativarem investimento estrangeiro, tendo, inclusive, levado a que Portugal entrasse no top 10 europeu de países que mais capital captaram para as fintechs.

Só para se ter uma pequena noção, até ao final do terceiro trimestre deste ano, o nosso país já tinha captado 320 milhões de euros em investimento estrangeiro dirigido ao setor das fintechs.

Leia também: O que torna Portugal um país ideal para novas empresas?

IA e hiperpersonalização: o futuro dos serviços financeiros

A introdução da IA no universo financeiro está a mudar radicalmente a face de atos tão triviais como um pedido de crédito ou uma análise de risco.

Ao ser capaz de compilar e fazer a triagem de uma grande quantidade de dados em tempo real, a inteligência artificial proporciona não só uma mais rápida e assertiva análise de um processo de pedido de financiamento, como também é capaz de ajudar a personalizar (ou até hiperpersonalizar) a oferta de produtos financeiros aos consumidores.

Deste modo, cada cliente bancário encontrará uma experiência mais satisfatória e segura, já que a IA permitir-lhe-á usufruir de soluções financeiras mais em linha com as suas expectativas e necessidades.

Open Banking e tokenização: mais poder para o utilizador

Falar em IA e personalização leva-nos, necessariamente, a falar do Open Banking e da tokenização crescente dos pagamentos.

Como referimos, a entrada em vigor da diretiva europeia PSD2 obrigou os bancos a abrirem as suas APIs a terceiros, algo que veio permitir às fintechs integrar os seus serviços com contas bancárias ditas tradicionais.

Isto acabou por levar ao desenvolvimento de soluções como o MB WAY, a app Parcela Já com UNICRE ou à introdução do PIX em Portugal, tudo autoria de uma conjugação de esforços entre bancos, fintechs e fornecedores de serviços de pagamento.

Esta mudança de paradigma torna-se ainda mais profunda com a tokenização, um processo que transforma algo com valor no mundo real em tokens digitais que representam, cada um deles, um ativo.

Além dos NFTs, o maior exemplo dessa tokenização do mercado financeiro são as criptomoedas, que, com o auxílio da tecnologia blockchain, permitem que estes ativos possam ser comprados, vendidos ou trocados de forma fácil, rápida e mais segura entre consumidores e empresas ou mercados financeiros (como é o caso das ações, por exemplo).

Regulamentações em 2025: MiCA, DORA e o novo quadro europeu

Além da PSD2 (Diretiva de Serviços de Pagamento 2), diretiva europeia de 2018 cujo objetivo é criar um mercado europeu de pagamentos integrado, eficiente, inovador e seguro, já este ano entraram em vigor duas novas regulamentações europeias especialmente importantes para o setor financeiro: o Regulamento DORA (Digital Operational Resilience Act) e o MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation).

Ao passo que o DORA visa garantir a resiliência operacional digital das entidades financeiras perante ameaças digitais (ciberataques, fraudes, etc.), o MiCA vem estabelecer um quadro regulamentar para o mercado de criptoativos, algo de especialmente importante quando o Banco Central Europeu (BCE) está prestes a lançar o Euro Digital, a primeira criptomoeda com regulamentação europeia.

Neste novo quadro regulatório europeu, há que contar ainda com a NIS 2 Directive, uma diretiva que vem reforçar a segurança das redes e sistemas de informação, e a CER, diretiva que versa sobre infraestruturas críticas.

O que é que o UNIBANCO está a fazer para abraçar estas tendências?

Pioneiro na emissão de cartões de crédito em Portugal (desde 1974) e do primeiro cartão de crédito para utilização exclusiva em compras online (desde 2000), o UNIBANCO pauta a sua ação pela inovação, algo que o tem levado a procurar incorporar na sua ação as tendências de que temos estado a falar.

Além da parceria Parcela Já com UNICRE, que só se concretiza com a análise de risco imediata, totalmente digital e integrada na altura do pagamento realizada pelo UNIBANCO, urge falarmos da solução UNIBANCO Payflow (que, na prática, permite a uma empresa ter acesso a uma Linha de Crédito direta para gerir os gastos com cartões virtuais), dos simuladores de crédito (que, na hora, dão a conhecer ao consumidor os gastos que terá com um determinado empréstimo e ainda lhes permite passar imediatamente à sua contratação) e da App UNIBANCO (que dá ao cliente a possibilidade de fazer uma gestão mais simples do seu dia a dia financeiro).