Cibersegurança: como evitar fraudes bancárias Cibersegurança: como evitar fraudes bancárias

Cibersegurança e finanças pessoais: como evitar fraudes bancárias?

min de leitura


Publicado em 13-Out-2025

Costuma dizer-se que com o dinheiro não se brinca, e nós acrescentamos: nem devemos deixar que brinquem com o nosso dinheiro, especialmente num contexto em que a cibersegurança é cada vez mais essencial para proteger as nossas finanças.

Infelizmente, as fraudes bancárias são uma realidade que todos os anos retira às vítimas deste cibercrime milhões de euros. Só em burlas com cartões de crédito online, as perdas ascenderam a 8,9 milhões de euros em 2025, de acordo com dados do Banco de Portugal.

Apesar de ainda não ter sido criado um sistema completamente imune a fraudes bancárias online, juntar cibersegurança e finanças pessoais constitui um excelente antídoto contra estas práticas tão lesivas para a sua carteira, especialmente numa altura em que as compras online batem recordes todos os meses em Portugal.

Principais tipos de fraudes bancárias em Portugal

A criatividade dos cibercriminosos parece não ter limites, o que leva a que surjam periodicamente burlas mais sofisticadas e ameaças online mais lesivas que colocam em causa a segurança online dos seus pagamentos.

Entre os principais tipos de fraudes bancárias em Portugal, contam-se:

Phishing

O phishing é um ataque informático que tem como objetivo roubar os seus dados pessoais e financeiros, incluindo palavras-passe, informações bancárias e números de cartões de crédito.

Para conseguirem ter acesso a estas informações, os cibercriminosos procuram convencer as suas vítimas a comprar em sites falsos semelhantes aos ou clonados a partir dos legítimos.

Smishing

Este é um tipo de fraude que consiste no envio de e-mails ou mensagens de texto da parte de cibercriminosos com hiperligações que redirecionam as vítimas para sites falsos ou anexos maliciosos.

Vishing

O vishing traduz-se por chamadas telefónicas em que burlões se fazem passar por bancos com o intuito de solicitar a atualização dos dados da sua conta, de modo a apoderarem-se dessa informação.

Pharming

Esta é uma técnica mais recente que resulta da amálgama das palavras “farming” (cultivo, em português) e phishing e que, através da instalação de software malicioso (malware) em PCs, smartphones ou servidores com fraca proteção, redireciona-o para sites falsos que lhe solicitam dados pessoais que, posteriormente, serão utilizados para cometer fraudes bancárias e roubo de identidade.

O que é a cibersegurança aplicada às finanças pessoais?

Esta vertente da cibersegurança assume, na prática, o papel de guardiã dos seus dados bancários, não só em transações online, como também na utilização de aplicações financeiras e até, num plano mais geral, nas suas sessões de navegação pela Internet, mesmo que não estejam em causa pagamentos de compras ou serviços.

Para que a proteção seja realmente efetiva, a cibersegurança das finanças pessoais assenta num conjunto de boas práticas de utilização da Internet em dispositivos eletrónicos (como PCs, smartphones ou tablets) que, a montante, se unem às diretivas e protocolos de segurança elaborados e colocados em prática por organismos como a União Europeia, o Banco Central Europeu, o Banco de Portugal, o Estado português, os bancos e os fornecedores de meios de pagamento.

Quando somados e aplicados da forma correta, todos estes elementos ajudam-no a proteger os seus dados pessoais e financeiros.

Boas práticas para proteger os seus dados financeiros online

Entre as boas práticas para proteger o seu cartão de crédito online ou a sua conta bancária aquando das suas navegações pela e transações na Internet, deve procurar seguir estas dicas de segurança digital relativamente às suas finanças pessoais.

Como evitar fraudes bancárias

1. Proteger os dispositivos

Antes de qualquer navegação e, sobretudo, de uma compra online, deve verificar se a firewall está ligada e devidamente configurada. De igual modo, deve garantir que o antivírus instalado se encontra atualizado, assim como o sistema operativo (cuja licença deverá ser genuína) e todos os navegadores (browsers) utilizados.

2. Não partilhar informação sensível com terceiros

Nunca, mas mesmo nunca deverá partilhar com terceiros as palavras-passe dos seus netbanco ou app bancária, números de cartões de crédito ou demais informações sensíveis.

3. Não estabelecer uma ligação à Internet através de redes públicas de Wi-Fi

Quer pretenda efetuar compras, proceder ao pagamento de serviços online ou aceder a apps bancárias, não deverá nunca ligar os seus dispositivos eletrónicos a redes públicas de Wi-Fi, já que estas são mais vulneráveis a ataques informáticos.

4. Utilizar a dupla autenticação

A dupla autenticação passou a ser obrigatória em todas as compras e transações online. Na prática, este método de segurança oferece-lhe uma camada de proteção adicional através da obrigatoriedade de comprovar a sua identidade e autorizar os pagamentos que efetuar no acesso a um serviço ou a uma plataforma.

5. Desconfiar de mensagens estranhas/alarmantes

Se receber um e-mail, uma mensagem de texto/voz ou um telefonema a pedir-lhe, por exemplo, para atualizar os seus dados pessoais através de uma hiperligação clicável ou da transferência de um anexo, deve imediatamente marcar a comunicação como spam, eliminá-la e bloquear o remetente, considerando que o mais certo é tratar-se de uma tentativa de phishing ou de instalação de software malicioso nos seus dispositivos.

Cibersegurança: como fazer pagamentos digitais de forma segura?

Como vê, a segurança dos pagamentos online é algo de inegociável para garantir que o seu dinheiro não cai em mãos alheias.

Assim, além dos cuidados a ter com atualizações de antivírus e ligações à Internet, para realizar pagamentos digitais em segurança, deve:

  • Evitar fornecer o PIN do seu cartão de crédito em qualquer tipo de transação, seja ela online ou física;
  • Utilizar uma VPN (Rede Privada Virtual) para esconder o seu IP e estabelecer uma ligação criptográfica entre os seus dispositivos e a Internet, protegendo, desta forma, a sua privacidade;
  • Instalar um Sistema de Deteção de Intrusão (IDS) e um Sistema de Prevenção de Intrusão (IPS) para monitorizar atividades suspeitas e tentativas de intrusão nas suas contas;
  • Verificar a segurança do site que se encontra a visitar, tomando atenção, por exemplo, à existência de um cadeado na barra de endereço, que comprova a legitimidade do mesmo;
  • Ativar a autenticação forte.

O papel dos bancos e das entidades emissoras de cartões de crédito na prevenção de fraudes bancárias

Começando pelo Banco de Portugal, organismo que supervisiona o sistema bancário português, passando pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), pelas autoridades policiais e acabando nos fornecedores de soluções de pagamento e nos emissores de cartões de crédito, todas estas entidades são, embora em diferentes medidas, responsáveis pela prevenção de fraudes em pagamentos.

Se, por exemplo, cabe ao Banco de Portugal implementar regras e diretivas europeias de prevenção à fraude, aos emissores de cartões de crédito, como é o caso do UNIBANCO, a responsabilidade passa por garantir as existência e funcionalidade da obrigatória dupla autenticação, assim como a implementação de outras soluções de segurança que observem as regras europeias e ofereçam o conforto e a segurança online de que necessita para continuar a comprar.

No caso específico do UNIBANCO, os respetivos cartões de crédito encontram-se equipados com a tecnologia 3D Secure, que, na prática, lhe permite realizar pagamentos online com cartão com uma camada de segurança adicional, recorrendo, para tal, à validação de todas as suas compras através da APP UNIBANCO.

Além disto, a instituição permite-lhe associar cartões virtuais ao seu cartão UNIBANCO e definir o montante máximo autorizado para fazer compras com maior segurança na Internet.

Por último, aos alertas de phishing, malware e spoofing de chamadas, e-mail ou mensagens fraudulentas, de forma a proteger o seu cartão de crédito online, o UNIBANCO procede ao envio de alertas por e-mail ou SMS sempre que for ultrapassado o limite máximo por transação por si definido.

O que fazer se for vítima de fraude bancária

Se for alvo de ou perceber que está perante uma fraude bancária online, o primeiro passo a dar é desligar de imediato o acesso à Internet, efetuar uma cópia de segurança de todos os seus dados e executar a análise exaustiva do antivírus instalado no seu PC ou smartphone.

De seguida, deverá repor os valores de fábrica dos seus dispositivos e alterar todas as suas palavras-chave.

Para além de tudo isto, deve contactar de imediato o seu banco ou fornecedor de serviços financeiros, alertando-os do ataque de que foi (ou poderia ter sido) alvo e, por último, apresentar uma denúncia junto das autoridades competentes, nomeadamente, a PSP ou a GNR.