Bordéus, muito para lá do vinho Bordéus, muito para lá do vinho

Bordéus, muito para lá do vinho

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Imaginem a beleza de Paris, com um sorriso de simpatia. Assim é Bordéus, a pérola da Aquitânia, a bela adormecida que acabou de despertar…


Publicado em 27-Set-2019

É muito fácil embriagarmo-nos pela beleza de Bordéus. E impossível escapar ao vinho, como se percebe pelo trocadilho. Mas vamos tentar, porque a cidade é muito mais do que a capital mundial do precioso néctar. Comecemos antes por “flanar” um pouco ao longo do Garona, o rio que marca a paisagem da cidade, tal e qual como o Douro ou o Tejo marcam as nossas.

Flâner é uma atitude tipicamente francesa, enaltecida na literatura por nomes como Baudelaire ou Balzac, que lhe chamou a “gastronomia do olho”, e que se pode traduzir por passear descontraidamente, sem rumo, absorvendo o ambiente à volta. Será uma excelente forma de começar este pequeno passeio por Bordéus, Património Mundial da UNESCO desde 2007.

Mesmo sem rumo, passaremos provavelmente por alguns dos 350 monumentos listados naquele património, como a Place de la Bourse, com o seu enorme espelho de água – divertido e romântico ao mesmo tempo, e provavelmente o local mais fotografado da cidade. A Basílica de St. Michel, exemplar gótico perfeito, construída no século XV, e com uma torre de 114 metros de altura (que sobreviveu aos bombardeamentos durante a II Guerra Mundial) à qual podemos subir. A Catedral de Santo André, sede da arquidiocese de Bordéus, que fica mesmo ao lado da Câmara Municipal e do Museu das Belas Artes. Com sorte até entramos no CAPC, o museu que alberga uma das mais impressionantes coleções de arte moderna de toda a França. Admiramos a arquitetura do Grand Théâtre, deambulamos pelo Bairro de Saint Pierre ou atravessamos a Rue Sainte-Catherine, provavelmente a maior rua pedonal da Europa, cheia de lojas e cafés típicos (bem como alguns internacionais).

Há muito para ver em Bordèu, como lhe chamam os occitanos, mas se não for um flâneur, pode apontar todos estes locais na lista “a não perder”, porque são realmente obrigatórios. Para visitar a pé, de bicicleta, ou com um guia numa excursão mais organizada.

Gastronomia

Quando tiver fome, digamos que a cidade está superiormente localizada entre o mar e a terra, onde nascem muitos dos produtos que fizeram a França gastronómica famosa: foie gras das Landes, morangos do Périgord, ou ostras de Arcachon são produtos locais apanhados a uma centena de quilómetros no máximo. E se for perguntar aos locais onde comer as melhores ostras, provavelmente responder-lhe-ão “Chez Jean-Mi, aux Capus”, que é como quem diz no Bistrot des Halles Jean Mi, no Marché des Capucins – excelentes ostras (e outros mariscos), superiormente bem tratadas num típico restaurante de mercado. Aberto apenas até à hora de almoço.

Por outro lado, se preferir experimentar o local mais hipster da cidade, então dirija-se a Darwin, a zona nova do outro lado do rio, totalmente remodelada a partir de um antigo quartel abandonado para acolher um hub económico/criativo orientado para o meio ambiente. A zona acolhe espaços de coworking, um parque de skate, uma zona de grafitti livre, uma quinta urbana, um centro de bem-estar, e o Magasin Général, um restaurante-mercearia dedicado aos produtos bio, na sua maioria locais. O restaurante oferece desde supersaladas a smoothies, de hambúrgueres a pizzas, todos vegan.

Outro bistrot bastante popular é o Le Bouchon Bordelais, um restaurante com uma atmosfera movimentada e acolhedora, em que o chef local, Frédéric Vigouroux, oferece uma cozinha orientada pelos produtos locais, sazonal, e cuidada – mas ainda assim a preços bastante aceitáveis. Se procura uma atmosfera um pouco mais requintada, mas não pretende estragar o orçamento, a Brasserie Le Bordeaux Gordon Ramsay, do famoso chef, é uma excelente escolha. Ramsay é inglês, mas fez a maioria da sua aprendizagem em França, pelo que sabe do que fala. Ou melhor, do que cozinha. E se quiser ter uma experiência realmente gourmande, no mesmo Le Grand Hotel Intercontinental, e ainda pelas mãos do chef Ramsay, o Le Pressoir d’Argent oferece uma refeição digna de duas estrelas Michelin.

Onde ficar

Este hotel será também uma excelente – ainda que dispendiosa – escolha para se alojar na cidade. Porque o Grand Hotel tem sido o epicentro da vida social em Bordéus desde que abriu portas, há praticamente um século, e a sua localização é absolutamente central, mesmo ao lado do Grand Théâtre. O edifício foi completado em 1789, o ano da Revolução Francesa, mas a pensar noutra opulência, hoje bem evidente na decoração “imperial”.

A Grande Maison, de outro famoso chef, Piérre Gagnaire, oferece uma experiência ainda mais elitista, já que tem apenas seis quartos e um restaurante, também galardoado com duas estrelas Michelin.

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Por outro lado, La Maison Fredon fica bastante mais em conta (menos de 100 euros), apesar de ser um surpreendente boutique-hotel, com uma decoração fora da caixa e moderna. Mais divertido ainda é o Mama Shelter, o grupo de hotéis de design da Accor, desenhados por Philippe Starck, onde nunca falta uma máscara no quarto, para nos fotografarmos. Em Bordéus, o Mama Shelter fica no Bairro de St. Michel, ao pé da basílica.

Bordeaux

Agora sim, podemos falar de Sauternes, Saint Émilion, Pomerol, Médoc, Graves, Pauillac… Tudo regiões (ou sub-regiões) cuja mera menção desperta os sentidos de qualquer amante de vinho, tal como os famosos châteaux: Margaux, Latour, Cheval Blanc…por aí fora. Já que aqui estamos, como não visitar uma (ou várias) adegas, e tentar perceber o porquê de esta região estar tão bem-conceituada no mundo vinícola e há tantos séculos. Na página do Turismo de Bordéus, vai encontrar mais de 150 quintas que recebem visitantes, mas também excursões organizadas a quintas ou appellations.

E sem sequer sair da cidade podemos até mergulhar na experiência mais imersiva de todas, na Cité du Vin, um espaço onde tudo gira à volta da cultura do vinho. A própria arquitetura do edifício faz lembrar um decanter e ao todo são mais de 3.000 m² de exposições, salas de espetáculo, de degustações, de experiências multissensoriais, de restaurantes e de lojas. Tudo com vista para o rio, onde começámos o nosso percurso, para fazer um brinde a uma viagem perfeita.

Como ir

A TAP Air Portugal, a Ryanair e a easyJet voam diariamente de Lisboa para Bordéus, e esta última voa também a partir do Porto. Com a TAP, terá de fazer escala em Lisboa.

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