Açores, um mundo novo para (re)descobrir Açores, um mundo novo para (re)descobrir

Açores, um mundo novo para (re)descobrir

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Os Açores são uma terra mágica, de natureza exuberante e visita obrigatória, mas pode começar a exploração por aqui, com o melhor de cada uma das nove ilhas.


Publicado em 11-Set-2020

Todas as ilhas têm os seus centros de mergulho certificado, um mar rico em espécies marítimas e spots perfeitos para a observação de baleias e golfinhos – como provavelmente não encontra em nenhum outro local do mundo. As suas fajãs, essas terras de um verde luxuriante à beira mar plantado, pontuam a paisagem, num belíssimo contraste com os picos e as crateras vulcânicas do interior. As lagoas, os passeios pela natureza, os queijos, as vacas, as cracas e as cagarras. O vinho, os pequenos terrenos murados ou as piscinas naturais, às vezes de água quente, completam um cenário para descobrir forçosamente, pois não há outro lugar no país onde a frase “Vá para fora cá dentro” faça tanto sentido… E não se esqueça de que pode sempre contar com o UNIBANCO para fazer a sua reserva online, com toda a comodidade e segurança.

Pico

O vulcão e a cratera do Pico dominam a paisagem da Ilha, ou não estivéssemos perante a montanha mais alta de Portugal. A subida ao cume é um “passeio” perfeito, mas não deixe de visitar o Museu dos Baleeiros, o Museu do Vinho, e as plantações vitícolas nos pobres solos de lava da ilha. Aproveite, claro, para provar o néctar, a nova coqueluche do vinho nacional. Algo que tanto pode fazer nas adegas como no Cella Bar, o “bar mais bonito do mundo”. E não deixe de provar os petiscos da Casa Âncora: produtos tradicionais trabalhados com nova criatividade.
Onde Ficar: Aldeia da Fonte Hotel. Seis casas de pedra vulcânica e uma piscina com esplanada para o mar, num dos hotéis mais eco-friendly do país. Outra boa hipótese é Alma do Pico.

Corvo

É a mais remota – e a mais pequena – de todas as ilhas, com 6,24 quilómetros de comprimento por 3,99 de largura. Mas tem um aeródromo, ligações de barco às Flores, e aquele magnífico Caldeirão que vale qualquer viagem. O Caldeirão formou-se após o abatimento do vulcão e hoje oferece um terreno de trekking absolutamente magnífico – e oportunidades para tirar “fotos de vida” únicas.  Da vila ao Caldeirão são cerca de seis quilómetros a pé, mas pode optar por outro transporte.

Santa Maria

Na Baía dos Anjos ainda é possível visitar a Capela de Nossa Senhora dos Anjos, o primeiro templo das ilhas e o lugar onde Cristóvão Colombo rezou quando aqui parou na viagem de regresso, depois da descoberta das Américas. No interior existe um painel de azulejos e um altar que terão pertencido a Gonçalo Velho Cabral, “comendador do Castelo de Almourol, governador de Pias e primeiro povoador da Ilha”. Mas Santa Maria reserva mais algumas surpresas – únicas em todo o arquipélago -, como as Ribeira das Maloàs, uma formação geológica ímpar com uma queda de água de 20 metros, que pode descer em rappel. A Praia Formosa, com a sua areia branca, rara em ilhas vulcânicas, ou o “deserto vermelho”, uma paisagem árida, de cor ocre, linda para caminhar. Já para nadar, a ilha dá a oportunidade de o fazer rodeado por jamantas, o que é uma atração incrível. 
Onde FicarCharming Blue, um boutique hotel numa antiga casa senhorial no centro da vila.

Terceira

A Sé Catedral de Angra do Heroísmo, a Igreja da Misericórdia e todo o centro histórico da cidade de Angra, Capital da ilha e Património Histórico da Humanidade desde 1983. Nada se compara a deambular por estas ruas góticas, mas a observação superior a partir do Miradouro do Monte Brasil também não está nada mal. Este nem sequer é o miradouro mais famoso da ilha, essa honra pertence à Serra do Cume, com vistas infinitas (assim o tempo permita) para os prados verdes e murados da ilha, até às Lages. Mais surpreendente ainda é o Algar do Carvão, um dos raros locais no onde se pode entrar dentro de um vulcão, descendo pela chaminé e até 90 metros de profundidade. É um lugar mágico, com pequenos lagos e paredes forradas a musgo. Para quem pretenda iniciar-se no mergulho, a Terceira oferece também um lugar único, as Arcadas do Judeu, acessível a todos, mas grandioso, porque rodeado por duas imponentes paredes rochosas. Se seguir por esse corredor vai nadar até a uma pequena baía e a uma “escadaria” de pedra que vem do fundo até à superfície. Mais uma estranha formação vulcânica. Melhor ainda será o Cemitério das Âncoras, na bela Baía de Angra. Um mergulho (literalmente) histórico, entre navios naufragados, muitas espécies marinhas e mais de 40 âncoras perdidas. Se só lhe apetecer dar um mergulho “normal”, então a ilha tem outro “mimo”: a piscina natural de Biscoitos.
Onde Ficar: No Terceira Mar Hotel todos os quartos têm vista para o Atlântico e para o Monte Brasil.

Flores

Aqui sim, estamos na ponta mais ocidental da Europa!  As Flores são, além disso, a segunda ilha mais pequena do arquipélago, mas consegue albergar sete lagoas. Não são sete cidades numa lagoa, mas sete lagoas numa ilha que, por acaso, não tem nenhuma cidade (apenas duas vilas).  São obviamente pontos de referência na ilha, tal como as muitas cascatas, como a do Poço do Bacalhau, com 90 metros de altura e que alimenta uma piscina natural onde se pode tomar banho. A não perder ainda um passeio de barco, seguido de mergulho, à Gruta dos Enxaréus, na freguesia da Caveira (o nome promete). Trata-se uma gruta apenas visível do mar, navegável, com 50 metros de comprimento, 25 de altura e mais de 15 de profundidade, com uma enorme variedade de vida marinha – começar pelo peixe que lhe dá o nome.
Onde Ficar: a Aldeia da Cuada é um hotel único, uma aldeia inteira, do século XVII, totalmente recuperada e transformada em alojamento.

Faial

Toda a gente conhece o Peter Café Sport – e você também devia. É uma paragem obrigatória, para sentar e tomar um gin tónico, sem pressas, como sempre fizeram os velejadores que cruzam o oceano, os baleeiros de outros tempos, que o Peter é mais do que centenário, pescadores, marinheiros e até agentes secretos em missão. A rivalizar, em fama, só mesmo o Vulcão dos Capelinhos, onde se deu a última grande erupção em Portugal. Aconteceu entre 1957 e 1958 e alterou a face da ilha. Hoje, a zona do vulcão tem um centro interpretativo (soterrado, de modo a não interferir com a paisagem) que já foi considerado como o Melhor Museu da Europa.
Onde Ficar: bem ao lado do Peter está o Hotel do Canal, que oferece uma vista magnífica para a ilha do Pico.

São Miguel

São Miguel é a maior ilha dos Açores, a capital do arquipélago, e alberga mais de metade da população. É também o maior ponto de atrações turísticas, a começar pelo mar, já que muitos aqui rumam para mergulhar no Ilhéu de Vila Franca do Campo, entre uma paisagem deslumbrante e uma vida marinha abundante. Ou para visitar o Dori, um Liberty-Ship construído durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, que participou no desembarque da Normandia e aqui naufragou em 1964, a 800 metros da costa. A popa – ainda muito bem conservada, está apenas a nove metros de profundidade e rodeada de vida marinha. Em terra, o Vale das Furnas é imperdível, a começar pelo Parque Natural Terra Nostra, com a sua extraordinária coleção de camélias e a piscina termal. Aquecida pela atividade vulcânica, a temperatura da água pode chegar aos 40 graus e dá um banho muito relaxante. É uma das “piscinas” do vale – o Poço da Dona Beija é outra – e já que aqui estamos há que provar ainda o famoso cozido, lentamente cozinhado na terra quente. A bonita freguesia da Caloura é outro ex-libris e a Gorreana é a mais antiga (e única atualmente) plantação e fábrica de chás da Europa. Nas mãos da mesma família desde 1883, mantém vivas todas as tradições na produção de chá. A Bacia das Sete Cidades, a Ponta da Ferraria, ou a Lagoa do Fogo são também fundamentais, numa ilha super procurada, ainda, pelas condições incríveis para surf.
Onde ficar: como destino primeiro – e último provavelmente – das ilhas, São Miguel tem uma boa oferta hoteleira, mas o Santa Bárbara Eco-Beach Resort é o mais badalado. Pela sua localização mesmo em cima da praia homónima, na Ribeira Grande, pelo design minimalista, serviço personalizado, ideais ambientalistas ou simplesmento por culpa da belíssima piscina. Do outro lado da ilha, o mesmo grupo oferece o hotel mais romântico, o White Exclusive Suites & Villas,.

São Jorge

São Jorge é reconhecida pela qualidade dos seus queijos, à qual não será estranho o ritual de, no verão, levar as vacas a pastar para o ilhéu junto à localidade do Topo – o que implica levar a nado, no mar! Ilha de inúmeras fajãs de encanto mágico, não pode perder, na Fajá do Ouvidor, a arquitetura natural da piscina Simão Dias, ou a recuperação arquitectónica do Centro de Interpretação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo. Até porque para isso vai fazer uma caminhada de uma hora, a pé, pela orla costeira (é a única forma de lá chegar).
Onde Ficar: Na Casa da Caldeira dorme em pleno centro desta fajã, algo mágico.

Graciosa

Junto ao mar, é impossível não reparar nos vários moinhos de vento que nos recordem um passado – não muito antigo – onde a Graciosa era conhecida como o celeiro dos Açores. São moinhos de inspiração nórdica, diferentes dos mediterrânicos que encontramos no continente. Na rua, por detrás dos moinhos, fica ainda a fábrica das famosas queijadas da Graciosa, mas o que não pode mesmo perder é o trilho para a Furna do Enxofre, bem no interior da caldeira da Graciosa. Deve fazer o trilho (10 km) ou parte dele e entrar na Caldeira pelo túnel, onde a paisagem é mais magnífica. Inaugurado ainda em 1939, teve como um dos primeiros e mais ilustres visitantes Alberto I do Mónaco, bisavó do atual Alberto que reina no principado.  Por fim, não deixe de provar as famosas telhas de peixe e marisco no restaurante Quinta das Grotas, em Guadalupe.
Onde ficar: Os velhos Moinhos de Pedra foram restaurados e funcionam como alojamento.

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