Automóveis híbridos ou carros elétricos? Eis a questão Automóveis híbridos ou carros elétricos? Eis a questão

Automóveis híbridos ou carros elétricos? Eis a questão

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A pensar em comprar um carro elétrico ou um dos muitos híbridos que existem no mercado? Vamos perceber qual será o melhor para si.


Publicado em 28-Fev-2022

Se entrar num stand de automóveis e perguntar ao vendedor quais os carros mais procurados vai certamente perceber que têm algum tipo de motorização elétrica. É aqui que as marcas estão a colocar todas as fichas – leia-se investigação e recursos –, por isso faz todo o sentido considerar também uma destas opções se está a pensar comprar um automóvel novo.

O dilema passa agora por escolher entre os automóveis totalmente elétricos e os híbridos, as duas tecnologias da moda. Os primeiros, como o nome indica, são movidos exclusivamente a energia elétrica, ao passo que os híbridos apresentam uma combinação dos dois tipos de motores: combustão interna e elétrico.

Híbridos vs elétricos, tecnologias, diferenças e custos

Automóveis híbridos ou carros elétricos? Eis a questão | Unibanco

100% elétricos

Como vimos, os veículos elétricos (EVs) são movidos exclusivamente a energia elétrica por isso consegue poupar 100% na bomba de gasolina. O que também anula são as emissões de dióxido de carbono. Podemos ter elétricos com um, dois ou até quatro motores, neste caso um por roda, e os EVs conseguem entregar toda a potência quase imediatamente. Nesse sentido são extremamente rápidos. Os problemas prendem-se geralmente com a autonomia e, relacionado com isso, o tempo de carga.

A maioria não permite que se afaste muito dos centros urbanos e, em viagem, será necessário fazer longas pausas para continuar, pois até numa estação de carregamento rápido terá de esperar mais de meia hora para conseguir 150 quilómetros de autonomia. Dito isto, temos assistido a grandes avanços nesta área e já é possível encontrar veículos fora do segmento premium com autonomias muito aceitáveis. É o caso do Hyundai Kauai, com uma bateria de 64 Kwh e uma autonomia de 450 quilómetros WLTP. Melhor ainda, em cidade pode chegar quase aos 600 km – os elétricos gostam dos caminhos urbanos, sem muito tempo seguido de aceleração e, pelo contrário, muita travagem, que aproveitam para regenerar a bateria. Mas mesmo os trezentos e muitos quilómetros medidos em estrada são suficientes para passear pelo país sem demasiadas preocupações.

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Híbridos

Como já vimos também, os híbridos juntam um motor tradicional a combustão, quase sempre a gasolina, com um motor elétrico (ou mais) para conseguir reduzir consumos e emissões de gases poluentes. Neste caso já não os elimina, apenas reduz. Os seus detratores dizem que não é carne nem é peixe, mas os seus defensores acreditam que oferece o melhor dos dois mundos. São, pelo menos, uma boa alternativa para quem tem receio de dar o salto para o totalmente elétrico, visto que podem sempre encher o depósito e continuar viagem.  

Quando falamos de híbridos temos ainda diferenciar os híbridos plug-in (PHEV), que se ligam à corrente, dos chamados micro híbridos (ou Mild Hybrid). Nestes, o motor elétrico funciona simplesmente como um auxiliar do motor a combustão. Possuem baterias muito pequenas e a energia vem exclusivamente da regeneração provocada pelas travagens e desacelerações. Os plug-in também aproveitam esta fonte mas, tal como o nome deixa adivinhar, podem ser ligados à corrente e carregados. Possuem obviamente baterias de maior capacidade e são mais potentes, permitindo já uma condução em modo exclusivamente elétrico. Apresentam normalmente autonomias na casa dos 50 quilómetros (em modo exclusivamente elétrico), o que é muitas vezes suficientes para as viagens diárias em circuito urbano. Ou seja, no dia a dia pode nem sequer necessitar de utilizar o motor de combustão, com óbvios ganhos para o ambiente e para a carteira. O automóvel faz automaticamente a gestão entre os dois modos, mas o condutor pode – e deve − definir as regras. Isto é importante, porque se tirar todo o partido do motor elétrico a poupança será elevada, mas se não o usar da forma mais correta os consumos podem até ser mais elevados do que num motor exclusivamente a combustão.  

Manutenção

Aqui temos uma vantagem claríssima a favor dos elétricos. Se fica chocado com os valores da revisão do seu automóvel, vai adorar mudar para um elétrico. Desde logo porque desaparecem a maior parte dos filtros, o óleo, as velas, as correias de distribuição, etc, etc. Tudo o que encarece a revisão. Até as pastilhas dos travões vão ter um desgaste muito menor, já que as travagens são feitas de forma regenerativa, e apenas as mais bruscas é que exigem o uso do travão. Existe ainda assim um elemento que pode implicar uma despesa avultada se (ou quando) precisar de ser trocada: a bateria. O que a experiência nos ensina é que isso geralmente não vai acontecer antes dos dez anos de vida útil do veículo.

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Incentivos

Basta uma breve consulta aos sites das marcas automóveis para perceber que os motores elétricos obrigam a desembolsar muitos mais euros para a sua aquisição do que os motores a combustão. Mas como o Estado Português nos quer incentivar a comprar veículos elétricos, criou um pacote de estímulos para nos ajudar nessa troca. Assim, cada particular tem direito a um incentivo único de três mil euros para a aquisição de um veículo ligeiro de passageiros 100% elétrico. Além disso os elétricos também não pagam o Imposto Sobre Veículos (ISV), nem Imposto Único de Circulação (IUC). Os híbridos não têm tanta sorte, mas mesmo assim têm um desconto no ISV: os plug-in pagam apenas 25% e os restantes 60%.

De qualquer forma, o automóvel com o preço mais caro não será obrigatoriamente aquele com o custo mais elevado. Para isso temos de considerar outros valores, como os combustíveis, os impostos, as manutenções ou o valor residual.

A DecoProteste criou um simulador do custo por quilómetro de cada carro, que lhe permite fazer todas essas contas, e a Organização Europeia de Consumidores (BEUC) fez também um estudo onde participaram nove países (incluindo Portugal), que concluía já que o elétrico era já a melhor escolha. Sem considerações ambientais envolvidas, apenas para a carteira dos consumidores. Logo de seguida surgia o híbrido, e ambos muito longe do diesel e da gasolina.

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