Vinhos para bifes Vinhos para bifes

Vinhos para bifes

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À Marrare, com mostarda, grelhados e temperados com manteiga de alho e coentros ou um fio de azeite e alho, os bifes são sempre uma tentação e geram belos momentos de prazer, sobretudo na companhia do vinho certo… seja ele vinho tinto ou vinho rosé.


Publicado em 07-Out-2020 por José Miguel Dentinho, jornalista

Quem é que não gosta de um bife de vaca ligeiramente torrado por fora e vermelho por dentro, quente, tenro e suculento no prato, com apenas um toque de sal para salientar todos os gostos e aromas da carne na passagem pela boca? Basta isso e a companhia de um vinho rosé ou de um tinto com personalidade, servidos no copo certo e à melhor temperatura, para me fazer feliz, pelo menos durante o tempo em que os estou a apreciar.

O universo dos bifes é vasto. Começando pela carne, que pode ser, entre outras, de peru, frango, porco e vaca e acabando na forma de confeção, basta ter a noção certa do ponto de cozedura, sobretudo para não passar demais, pelo menos para mim, e objetivos em relação à forma de cozinhar.

Entre as minhas preferências estão a posta mirandesa, para um rosé com alguma textura, como o que apresento abaixo ou o pica-pau que a menina Maria me fazia de cada vez que ia ao bar Snob, em Lisboa, poiso onde todos os jornalistas que se prezassem tinham de ir. Depois de o ter comido tantas vezes, descobri que é frito em óleo e leva alho, pimentão-doce, pimenta-de-caiena e um toque de molho inglês. É grande companhia para um tinto mais doce como o algarvio Paxá Wines, que indico abaixo, ou mesmo uma cervejinha bem fresca. Não dispenso o bife com pimenta e à Marrare, pela sua simplicidade de confeção e sabor único e o bife frito em azeite, óleo ou margarina, com alho quanto baste (e tudo o que a imaginação e bom gosto do cozinheiro pretenda acrescentar), batata bem frita e esparregado. Também gosto de uma alcatra cortada fininha, levemente braseada, molhada, antes de ir à boca, num molho de iogurte natural com azeite, alho, coentros, entre outros. Tudo isto de carne vermelha, é claro, que é boa companhia para vinhos profundos, complexos, longos e persistentes na boca, como o Mythos e o Periquita Superyor, que sugiro abaixo. Na verdade, quando penso em bifes, imagino sobretudo os de bovinos, já que, para mim, bifanas ou fêveras de porco grelhadas ou fritas vão melhor com vinhos mais jovens, talvez menos complexos, tal como os bifes de peru panados, que não dispenso, ou fritos com cogumelos. Mas isso ficará para outra história.

Manoella Rosé 2019

Produtor: Wine & Soul
Casta: Touriga Nacional

Vinho com tons de rosa e salmão, mostra nariz fino e delicado, com notas florais, de fruta vermelha e uma mineralidade que se confirma na boca, em que apresenta uma excelente textura, que faz dele uma grande companhia para postas de carne de vaca grelhada, como a vazia que escolhi para o acompanhar. Um ligeiro toque de alho e louro por cima, sal q.b., bem comprimido e apenas 10 minutos no forno, com o tabuleiro por baixo para aparar a gordura em excesso que vai caindo, e fica pronto para a mesa. O final longo e fresco deste vinho e a sua persistência ajudam a elevar uma parceria que merece ser usufruída devagar. Servir o rosé a cerca de 12 ºC no copo.

Vinhos para bifes | Unibanco

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Mythos 2017

Produtor: Casal da Coelheira
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca e Cabernet Sauvignon

Produzido apenas em anos de qualidade excecional, este é um vinho com grande personalidade, profundo, feito para os sabores da carne bovina grelhada, assada ou frita, de caça e para a companhia de alguns queijos. De cor bem escura, mostra um aroma complexo no qual se salientam notas florais de violetas, fruta preta e compotas de fruta preta, cacau e da madeira de estágio. Boca ampla, num vinho com estrutura e boa acidez. Servir a 17 ºC na companhia de um bife com três pimentas ou à Marrare, por exemplo. 

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Paxá Tinto 2017

Produtor: Paxá Wines
Castas: Syrah, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Aragonez

A Quinta do Outeiro fica a sudeste de Silves, cidade histórica algarvia com longas referências vitivinícolas. Os seus 13 hectares de vinha estão plantados em solos argilosos e de origem calcária, numa zona influenciada pelas brisas marítimas, com boa exposição solar, que marcam o terroir da Paxá Wines. Neste tinto da empresa salientam-se os aromas de frutos pretos, e especiarias envoltas em aromas tostados. O ataque de boca é cheio, de taninos bem tostados, num vinho com final longo e frutado. É bom companheiro de carnes brancas e vermelhas, queijos e enchidos. Servir entre 16 e 18 ºC, por exemplo, na companhia de bifes panados com pão ralado temperado com alho e salsa, não esquecendo de os bater antes, para não chegarem demasiado rijos à mesa.

Vinhos para bifes | Unibanco

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Periquita Superyor 2015

Produtor: José Maria da Fonseca
Castas: Castelão, Cabernet Sauvignon e Tinta Francisca

Vinho de tons granada, com um aroma em que se salientam os frutos vermelhos e silvestres maduros, passa de ameixa preta, cacau e especiarias. Na boca é encorpado, com algum tanino e frescura e final de boca longo e persistente. É bom parceiro de pratos de carne e queijos. Sirva-o a 14-16 ºC no copo, com um bife à portuguesa ou de cebolada, por exemplo.

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