Vicentino, um vinho com sabor a mar
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Está na hora de descobrir um Alentejo diferente, banhado tanto pelo sol quanto pela brisa do Atlântico, pois aqui começam a despontar vinhos muito especiais.
Publicado em 04-Fev-2019
A casa dos vinhos Vicentino fica algures entre a Zambujeira do Mar e Odeceixe, em pleno Parque Natural da Costa Vicentina. “Aqui, onde a terra acaba e o mar começa” escrevia Camões… Falava do Cabo da Roca, é verdade, mas as duas paisagens feitas de encostas escarpadas não diferem assim tanto uma da outra.
As vinhas não estão a mais de quilómetro e meio do Atlântico, e não restam dúvidas da sua influência: o tempo mais ameno, a brisa marítima constante e as manhãs de nevoeiro fazem as uvas amadurecer com mais tempo, resultando em vinhos menos robustos, mais frescos e elegantes, onde por vezes até se sente o sal do mar.
A zona destaca-se especialmente para os brancos, ou rosés, mas não deixa de acolher muito bem certas castas tintas, que ali ganham uma nova dimensão. Castas portuguesas e internacionais plantas lado a lado em 40 hectares de vinha: Sémillon, Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc, do lado dos brancos, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah, Merlot ou Pinot Noir, nos tintos.
Da oferta dos Vicentino fazem parte blends de branco, marcados pela acidez e frescura, de rosé, seco e redondo, ou tintos de aromas intensos e muita elegância na boca. E ainda encontramos alguns monovarietais mais premium, como o Sauvignon ou o Alvarinho, por exemplo, um Syrah ou Touriga e até um Pinot Noir.
Os vinhos Vicentino oferecem três gamas. Poente, de rótulo rosa, com rosé, branco e tinto e preços entre os 7 e os 8 euros. . Nascente, azul, com os dois brancos da imagem e um tinto Syrah, a rondarem os 10. Neblina, rótulo branco, com um tinto e um branco reserva e um rosé premium, com valores entre os 16 e os 18 euros. E por fim um Pinot Noir, de topo de gama, por cerca de 25 euros . Com uma pontuação de 4.1 no Vivino
Trata-se de um terroir único no país, até porque as diferenças não se resumem ao mar: o solo, misto de argila e xisto, pouco produtivo e a exigir muito da vinha tem, também, um papel determinante. Um terroir que começa apenas agora a ser explorado mais seriamente.
Entre os pioneiros que vieram explorar esta (sub)região encontramos também casas como a Cortes de Cima, de créditos bem firmados na Vidigueira. O projeto Vinhas da Costa situa-se um pouco mais acima, mais perto de Vila Nova de Mil Fontes, e muito dos seus vinhos são usados em blends com os irmãos da Vidigueira – mas sempre a ganhar espaço, que hoje se estima já em 20% da produção.
São projetos ainda recentes, na sua maioria com cerda de uma década. Vinhas jovens com muito por onde evoluir, mas já com uma qualidade por demais evidente. Para descobrir o quanto antes.