Vamos festejar o São Martinho Vamos festejar o São Martinho

Vamos festejar o São Martinho

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“No Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho”, já diz a sabedoria popular. E essa é uma tradição que devemos manter este ano.


Publicado em 11-Nov-2020

Ainda há quem salte fogueiras, mas este ano será preferível festejar o magusto dentro de portas, no aconchego do lar. Até porque o São Martinho, que se comemora dia 11 de novembro, na próxima quarta feira, é sobretudo uma festa de boa gastronomia…como pode comprovar (ou simplesmente provar) nestas duas receitas inspiradas que aqui trazemos. Vamos também revelar as duas melhores formas de assar castanhas em casa, por isso não deixe de ler até ao fim.

Creme de cogumelos e castanhas

Vamos festejar o São Martinho | Unibanco

Ingredientes (para 4 pessoas):
150 g de cogumelos Paris
150 g de cogumelos Portobello
150 g de castanhas congeladas descascadas
100 g de alho-francês
2 cebolas médias
2 dentes de alho
1 dl de azeite
2 l de água
Sal e pimenta q.b.
Preparação:
Comece por cortar grosseiramente as cebolas e os alhos e o alho-francês em rodelas. Lave bem os cogumelos, seque-os com um pano de cozinha e corte-os em fatias finas. Faça um refogado com a cebola, o alho e o alho-francês e acrescente os cogumelos e as castanhas. Deixe refogar mais um pouco e adicione a água, deixando cozinhar por cerca de 20 minutos. No final, triture a sopa com a varinha mágica até obter um creme e tempere com o sal e a pimenta.

Arroz de castanhas com peru e tomilho

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Ingredientes (4 pessoas):
1 cebola
2 dentes de alho
azeite q.b.
1 folha de louro
4 bifes de peru
200 g de castanhas cozidas
3 hastes de tomilho
300 g de arroz carolino
sal e pimenta q.b.
6 dl de água
Preparação:
Pique a cebola e os dentes de alho e refogue-os num tacho com um fio de azeite, juntamente com a folha de louro. Adicione o peru cortado às tiras, aumente o lume e deixe que a carne fique dourada. Em seguida, acrescente as castanhas picadas, envolva, junte o tomilho, o arroz e volte a envolver tudo. Tempere com sal e pimenta e junte a água. Deixe cozinhar em lume brando até o arroz ganhar a consistência desejada.

“No Dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”

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Como se vê, dos vários ditados relacionados com o São Martinho a maior parte deles gira em torno do vinho e não pode ser por acaso. O dia, no Alentejo, até é dedicado à abertura das talhas, a técnica romana de fazer vinho. Tradição que o Sul do País tem vindo a recuperar.

Uma das que nunca a abandonaram, nem perdeu o know-how nesta matéria, foi a Adega José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz. A adega, hoje pertença da José Maria da Fonseca, preserva a histórica Adega dos Potes, com 114 talhas de barro, e é para lá que rumamos para “provar o vinho”. A Adega mantém um programa aberto, que decorre de 7 a 22 de novembro, às 11h e às 15h, onde pode visitar uma das adegas mais emblemáticas do Alentejo, fazer a prova do vinho novo vinificado nas talhas (Monte da Ribeira Branco e Puro Talha Tinto), e ainda degustar vários produtos regionais. Terá ainda a oferta de um kit São Martinho: uma garrafa de vinho e um pequeno saco de castanhas para assar em casa para cada duas pessoas. O preço por pessoa é de 25 euros e as visitas cumprem todas as normas de segurança.

Existem outros vinhos da talha no Alentejo, nomeadamente no Esporão, António Maçanita, Herdado do Rocim, Cartuxa…Claro que a tradição manda também beber água-pé (que não será fácil de encontrar porque não pode ser comercializada) e jeropiga, sobretudo mais a norte. Trata-se de uma bebida preparada adicionando aguardente ao mosto de uva, resultando numa bebida mais alcoólica do que o vinho. Esta encontra-se facilmente nos supermercados, com preços muito em conta.

“Quem quer castanhas quentes e boas”

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Reza a tradição, não a de São Martinho, mas do magusto, que este ainda era um vestígio de um antigo sacrifício em honra dos mortos, dada a proximidade com a data. Conta o etnógrafo Leite de Vasconcelos que existia a tradição de preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer. Castanhas nas quais mais ninguém tocava, pois estavam “babadas dos defuntos”. Claro que hoje comemos as castanhas, e embora nada ultrapasse uma boa castanha assada no carvão, aqui ficam outros dois métodos mais simples de fazer em casa.

No forno (o método mais tradicional):
Preaqueça o forno a 200 °C e com uma faca afiada dê um golpe nas cascas das castanhas. Deixe-as de molho em água, durante cerca de 10 minutos e, em seguida leve ao forno num tabuleiro, temperando com sal grosso. Deixe cozinhar cerca de 30 minutos ou até as cascas abrirem.

Na frigideira (método alternativo):
Repita o golpe e o deixar de molho. Leve ao lume numa frigideira por cerca de 3 minutos. Será necessário utilizar uma frigideira com tampa, pois precisa de as tapar. Retire a tampa para as salpicar com um pouco de água e deixe novamente cozer tapadas por mais 3 minutos. Junte o sal grosso e deixe que cozinhem por mais 7 minutos. Vá agitando com frequência para que assem todas por igual, mas sem destapar. Findo esse tempo verifique se estão bem assadas ou deixe um pouco mais. Pretende-se que fiquem estaladiças.

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