Isabel Costa, a Burel Factory, e a arte de valorizar o que é nosso
min de leitura
De tecido tradicional em extinção a caso de sucesso na indústria do luxo. A (nova) história do burel, contada por quem mais ajudou na sua recuperação.
Publicado em 15-Set-2022
O burel é um dos grandes tesouros de Portugal. Nasce no coração da Serra da Estrela, é um tecido amigo do ambiente, 100% natural de pura lã virgem, criado por processos tradicionais. Oferece ainda uma versatilidade tal que é procurado pelas indústrias mais díspares, da construção à moda e ao luxo.
Na viragem do século, no entanto, o burel parecia condenado ao desaparecimento, o que provavelmente teria acontecido não fosse pela visão do casal Isabel Dias da Costa e João Tomás, que perceberam o imenso potencial deste tecido. Assim, adquiriram e salvaram da insolvência a maior fábrica da região, detentora de teares centenários, e salvaram os postos de trabalho a dezenas de habitantes locais. Depois, mantendo os métodos de produção tradicionais, modernizaram o burel, dando-lhe novas cores, novos usos e aplicações “A arte tem um papel muito importante na nova vida do burel” diz Isabel Costa.
Tudo começou com uma paixão pelas paisagens da Serra da Estrela. Foi isso que levou à decisão de recuperar o antigo sanatório das Penhas Douradas, lá no topo, e transformá-lo num hotel. A recuperação do espaço levou, por sua vez, à descoberta do burel, e hoje o grupo conta já com dois hotéis (a Casa das Penhas Douradas e a Casa de São Lourenço), com a Burel Factory e duas lojas em Lisboa e outra no Porto. Sendo que através da loja online o burel tem chegado aos quatro cantos do mundo.
Por C-Studio / Cofina Media