A importância do porquinho-mealheiro A importância do porquinho-mealheiro

A importância do porquinho-mealheiro

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Dez dicas para ensinar os seus filhos a poupar e gerir o dinheiro usando o tradicional mealheiro.


Publicado em 26-Jun-2018

Ensinar às crianças o valor do dinheiro e o conceito de poupança é a melhor forma de prepará-las para serem financeiramente responsáveis no futuro. Muitos adultos acabam por não saber gerir os seus orçamentos e têm problemas financeiros porque nunca aprenderam a lidar com o dinheiro. Num mundo onde o apelo ao consumo é constante, como se ensina uma criança a poupar? Não é uma tarefa fácil, mas não é impossível.

A estratégia do porco-mealheiro é uma das formas mais antigas que existem. Diz-se que teve origem na Inglaterra do século XV, quando havia o hábito de guardar o dinheiro em potes feitos de argila pygg, e que começaram a ser conhecidos como pygg banks. Com o tempo, o som desta palavra, idêntico ao da palavra pig (porco) terá determinado o formato dos mealheiros, fazendo nascer o porco-mealheiro. Este hábito antigo, que há gerações passa de pais para filhos, pode e deve ser recuperado para ensinar as crianças a perceberem o valor do dinheiro e aprenderem a poupar.

Eis alguns conselhos para que a tática do velho porquinho-mealheiro seja bem-sucedida:

1. Comece cedo os trabalhos de casa

Não, não são os trabalhos de casa dos seus filhos, mas os seus. A educação financeira deve ser iniciada desde cedo e é uma responsabilidade que cabe principalmente aos pais. É relativamente comum encontrar crianças que acham que o dinheiro “vem do multibanco” ou dizer aos pais “paga com o cartão”, quando confrontada com a frase “não há dinheiro”. É natural que crianças muito pequenas não saibam de onde vem o dinheiro. É importante que comece a explicar-lhes os conceitos básicos a partir dos três ou quatro anos de idade. Todas as crianças devem saber que o dinheiro não cresce das árvores, mas é ganho através do trabalho. E não sendo uma fonte inesgotável, têm de aceitar e perceber que só podem ter o que está em sintonia com o rendimento familiar. Por mais que lhe custe, não ceda a todas as vontades. Aproveite as idas ao supermercado para explicar a diferença entre necessidade e um mero desejo.


2. Semanada ou mesada

Associe o mealheiro à implementação da tradicional mesada, outro instrumento muito útil para ensinar a gerir o dinheiro. Os especialistas dizem que a idade ideal para começar é aos cinco, seis anos e que é melhor fazê-lo com uma semanada. Nessa idade as crianças têm uma noção mais limitada do tempo. A partir dos 12 anos, poderá trocar por uma mesada. Ambas são uma forma de criar regras. Devem estabelecer-se com precisão e em conjunto os objetivos para a semanada e a partir daí fixar o valor, bem como o dia da semana a receber. Não devem ser quantias muito elevadas, mas precisam de ser suficientes para deixar margem para uma pequena poupança.


3. Sem extras

O valor da mesada não pode ser complementado durante o mês só porque a criança já gastou tudo. Vai ter de esperar até ao próximo mês. Afinal, o objetivo é ensinar a gerir um orçamento mensal. Caso contrário, a mesada perde o seu valor.


4. Defina objetivos de poupança

Para uma criança, poupar com vista a alcançar um desejo específico é mais estimulante do que poupar para garantir o futuro. Ajude o seu filho a definir esses objetivos – que tanto pode ser a compra de um brinquedo, uns ténis ou uma viagem à Disneyland – e explique-lhe a diferença entre curto e longo prazo. O que também o levará a compreender que há objetivos mais difíceis de concretizar do que outros. Não se esqueça de ensinar que a poupança deve ser regular e feita de forma automatizada.


5. Não um, mas três mealheiros

Há quem defenda que as crianças não devem ter apenas um, mas três mealheiros: um para poupar, outro para gastar e outro para doar. Assim, quando recebe a mesada ou um presente de Natal, a criança deve dividir esse dinheiro pelos mealheiros, consoante a importância que dá a cada uma das áreas. Também podem usar diferentes mealheiros, de acordo com os objetivos (um para comprar uma bola nova, outro que ajudará à aquisição de uma bicicleta).

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6. Estimule a responsabilidade social

Invista no mealheiro da doação. A responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no uso do dinheiro. Ensine as crianças a doar. Resista à tentação de oferecer presentes em excesso aos seus filhos. As crianças tendem a gostar de ajudar outras crianças, animais ameaçados ou a proteger o ambiente. Ajude o seu filho a escolher uma causa e estabeleça um valor a atingir.


7. Escolha mealheiros transparentes

O ideal é escolher mealheiros transparentes que permitam ver a evolução das poupanças, o que funciona como estímulo. As crianças gostam de ver o dinheiro a crescer, à medida que vão colocando moedas lá dentro.


8. Dê-lhes liberdade

As crianças devem ter liberdade para gerir o seu dinheiro e também para errar. Acompanhe-os pontualmente para esclarecer dúvidas e dar conselhos sobre onde devem e não devem gastar o dinheiro. Periodicamente, ajude-os a contar o que já têm guardado e converse com eles sobre os seus objetivos. A ideia é que desenvolvam hábitos de poupança a longo prazo.


9. Recompensas

Pode e deve incentivar os seus filhos a ganharem o seu próprio dinheiro. Lavar o carro dos pais ou, no caso dos mais crescidos, fazer baby-sitting são algumas atividades que podem garantir um dinheiro extra. No entanto, não estabeleça relações entre o desempenho escolar e o dinheiro. O mesmo é válido para as tarefas domésticas, como pôr a mesa ou fazer a cama, que devem ser parte das obrigações familiares de todas as crianças.


10. Dê o exemplo

Em qualquer aspeto do desenvolvimento infantil, nada tem mais impacto na vida de uma criança do que o comportamento dos pais. Por isso, a melhor forma de transmitir hábitos de poupança é mostrar aos seus filhos que também poupa e precisa de gerir o dinheiro que ganha. Dê-lhes exemplos reais e fale abertamente sobre as finanças familiares, deixe-os participar na gestão do orçamento familiar, partilhando experiências do seu próprio passado.

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